Diferença de Valor Entre Imóveis Regulares e Irregulares!

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Diferença de Valor Entre Imóveis Regulares e Irregulares!

Análise técnica sobre a viabilidade de precificação no mercado imobiliário

 

1. A Regularidade Documental e o Valor de Mercado

 

A regularidade documental é um dos principais fatores que impactam o valor de um imóvel no mercado. Imóveis com toda a documentação em ordem, como escritura e matrícula atualizadas, oferecem segurança jurídica e são mais valorizados. Por exemplo, um apartamento com escritura registrada e livre de pendências tende a atrair um público mais amplo, incluindo compradores que dependem de financiamento bancário. Por outro lado, imóveis irregulares, como aqueles sem escritura ou com construções não averbadas, apresentam riscos que impactam negativamente o valor de mercado.

A falta de regularidade pode ser um fator decisivo na negociação, reduzindo o valor do imóvel em relação a outros regulares. Em regiões de alta demanda, como bairros centrais, alguns vendedores tentam equiparar o preço de imóveis irregulares ao dos regulares, mas, na prática, a venda é mais difícil. Um exemplo comum é o de imóveis em áreas valorizadas que, apesar da localização privilegiada, são ofertados a preços inferiores devido à insegurança jurídica envolvida. A comparação direta com imóveis regulares evidencia essa diferença de percepção de valor.

A insegurança jurídica também afeta o público-alvo. Imóveis regulares são atrativos para um público diversificado, incluindo investidores e compradores que dependem de crédito. Em contraste, imóveis irregulares limitam-se a quem tem capital próprio ou está disposto a assumir os riscos e custos de regularização. Por exemplo, terrenos sem escritura, embora ofertados por valores atrativos, são evitados por aqueles que buscam segurança e financiamento, resultando em uma negociação mais demorada e com menor liquidez.

A valorização futura é outro aspecto afetado pela irregularidade. Imóveis regularizados acompanham a valorização da região, especialmente em áreas de expansão. Já imóveis irregulares sofrem estagnação ou desvalorização devido à incerteza jurídica. Por exemplo, loteamentos não aprovados pelo município tendem a ter seu valor de mercado comprometido, mesmo em áreas promissoras, pois o risco de problemas legais afasta investidores e dificulta a realização de melhorias.

A percepção do risco também interfere na precificação. Compradores mais cautelosos evitam imóveis com pendências documentais, sabendo das dificuldades que podem surgir. Um exemplo disso são contratos de gaveta, que não garantem a transferência legal da propriedade e, por isso, desvalorizam o imóvel. Em contraste, um imóvel regular com escritura pública é visto como um ativo seguro, justificando seu valor superior no mercado.

Portanto, embora alguns imóveis irregulares possam ser ofertados a preços similares aos de imóveis regulares, as limitações jurídicas, os riscos e a dificuldade de acesso a financiamento fazem com que essa equiparação seja difícil de ser mantida. A diferença na regularidade documental resulta em desvalorização natural, refletindo as incertezas envolvidas.

 

2. Os Custos de Regularização e seu Impacto na Precificação

 

Imóveis irregulares exigem custos adicionais para serem regularizados, o que influencia diretamente seu valor de mercado. A regularização pode incluir desde a obtenção de escritura pública até a averbação de construções e a quitação de débitos. Por exemplo, um terreno sem matrícula precisa passar por processos administrativos e pagamento de taxas, que podem representar um percentual significativo do valor do bem. Esses custos são considerados pelo comprador ao negociar o preço, resultando em ofertas mais baixas.

A regularização de loteamentos irregulares é especialmente complexa e onerosa. Nessas situações, é necessário um processo de aprovação junto à prefeitura, além do registro das glebas no cartório de imóveis. Um exemplo são terrenos em áreas urbanas não formalizadas, onde o custo de regularização pode superar 10% do valor do imóvel. Isso reduz a margem de lucro e desestimula potenciais compradores, forçando uma negociação com descontos.

Imóveis com construções não averbadas também enfrentam desvantagens na precificação. A averbação envolve custos como laudos técnicos, taxas e atualização da matrícula. Por exemplo, uma casa que foi ampliada sem autorização precisa passar por um processo de legalização para ser vendida a um valor competitivo. Caso contrário, a irregularidade resultará em desvalorização e limitações na negociação, pois o comprador precisará assumir esses custos adicionais.

Além dos custos financeiros, o tempo necessário para a regularização também impacta a decisão de compra. Processos burocráticos podem levar meses ou até anos, o que desanima compradores que buscam uma aquisição rápida e segura. Um exemplo clássico é o de imóveis rurais em áreas de expansão urbana, onde a regularização fundiária é demorada e incerta. Esse fator obriga o vendedor a ajustar o preço para atrair interessados.

A falta de acesso a financiamento é outro obstáculo que afeta o valor de imóveis irregulares. Instituições financeiras exigem que o bem esteja regularizado para conceder crédito. Um imóvel sem escritura ou com pendências na matrícula não é aceito como garantia, limitando a demanda a compradores que possuem capital próprio. Isso resulta em uma menor valorização, pois a negociação é restrita a um público mais reduzido.

Em resumo, os custos e a complexidade envolvidos na regularização de imóveis irregulares impedem que esses bens sejam comercializados pelo mesmo preço de imóveis regulares. As despesas e o tempo necessário para regularizar a situação são considerados na precificação, levando a uma desvalorização natural em comparação a imóveis plenamente regularizados.

 

3. Liquidez e Acessibilidade ao Mercado Formal

 

A liquidez de um imóvel está diretamente relacionada à sua condição documental. Imóveis regulares, com toda a documentação em dia, são vendidos com maior facilidade e rapidez, enquanto imóveis irregulares enfrentam dificuldades no mercado. Mesmo que sejam ofertados a preços competitivos, a ausência de regularidade impõe barreiras que limitam sua atratividade. Por exemplo, em um bairro com alta demanda, um imóvel com escritura será vendido rapidamente, enquanto um imóvel irregular pode permanecer no mercado por meses ou até anos.

A acessibilidade ao financiamento imobiliário é um fator crucial na liquidez. Compradores que dependem de crédito para adquirir imóveis não consideram opções irregulares, pois os bancos exigem documentação completa para liberar o financiamento. Um exemplo disso são apartamentos em regiões valorizadas, onde a maior parte das transações envolve financiamento. Imóveis sem matrícula ou com pendências não são financiáveis, o que restringe o público-alvo e compromete a liquidez.

Outro ponto relevante é o tempo necessário para concluir a transação. Imóveis regulares passam por uma transferência rápida, sem a necessidade de resolver pendências documentais. Em contrapartida, imóveis irregulares podem demandar longos períodos de regularização antes que a venda seja concretizada. Um exemplo comum são terrenos em loteamentos sem aprovação, que exigem processos burocráticos para regularizar a situação. Esse fator reduz a competitividade do imóvel, pois o comprador prefere alternativas mais seguras e ágeis.

A desvalorização ao longo do tempo também é uma consequência da falta de liquidez. Enquanto imóveis regulares seguem o ritmo de valorização do mercado, imóveis irregulares tendem a estagnar ou desvalorizar devido à dificuldade de venda. Por exemplo, em períodos de crise econômica, imóveis com pendências são os primeiros a sofrer redução de valor, pois os compradores priorizam bens regulares que oferecem maior segurança e facilidade de negociação.

A flexibilidade nas condições de pagamento é outra estratégia utilizada para tentar compensar a baixa liquidez de imóveis irregulares. Vendedores oferecem prazos mais longos ou aceitam propostas abaixo do valor de mercado para atrair interessados. Isso é comum em imóveis sem escritura, onde a ausência de garantias formais limita o acesso a crédito. Em contraste, imóveis regulares podem ser vendidos com maior rigidez nas condições, o que reforça sua valorização.

Portanto, embora a tentativa de equiparar o preço de imóveis irregulares ao de imóveis regulares ocorra em algumas situações, a baixa liquidez e as restrições de financiamento impedem que essa prática se sustente. O mercado reconhece as limitações e os riscos envolvidos, refletindo essa percepção na precificação e na dificuldade de venda.

 

4. Riscos Jurídicos e a Segurança na Transação

 

A aquisição de imóveis irregulares envolve riscos jurídicos significativos que impactam a decisão de compra e a precificação. A ausência de documentação adequada, como escritura e matrícula, expõe o comprador a problemas como disputas de posse, impossibilidade de transferência de titularidade e até a perda do bem. Esses fatores fazem com que o valor de mercado de imóveis irregulares seja naturalmente inferior ao de imóveis regulares, que oferecem segurança jurídica plena.

Um exemplo clássico de risco jurídico está na compra de imóveis por contrato de gaveta. Embora sejam praticados em algumas regiões, esses contratos não garantem a transferência legal da propriedade, o que pode resultar em litígios futuros. Um imóvel comprado por contrato de gaveta, mesmo que ofertado a um preço atrativo, será desvalorizado em relação a imóveis com escritura registrada, pois o risco de perda é elevado. A percepção de insegurança faz com que o mercado precifique o imóvel abaixo do valor de um bem regular.

Imóveis situados em áreas de proteção ambiental ou com restrições urbanísticas também apresentam riscos que desvalorizam o bem. Por exemplo, terrenos em áreas de preservação permanente (APP) enfrentam limitações severas para construção e podem ser alvo de embargos ou demolições. Mesmo que o imóvel esteja localizado em uma região valorizada, esses riscos legais afetam sua precificação, tornando inviável a venda pelo mesmo valor de um imóvel regularizado e livre de restrições.

Outro risco é a impossibilidade de registrar a transferência de propriedade devido a pendências documentais. Imóveis com dívidas de IPTU, taxas condominiais atrasadas ou sem regularização fundiária não podem ter sua titularidade transferida até que as pendências sejam resolvidas. Por exemplo, um apartamento com débitos acumulados pode precisar de quitação total antes da venda, o que reduz o valor líquido para o vendedor e impacta a atratividade do negócio. Essa complexidade jurídica resulta em negociações por valores inferiores.

A falta de segurança jurídica também afeta a capacidade de o imóvel ser utilizado como garantia em operações financeiras. Bancos e credores exigem que o bem esteja regularizado para ser aceito como colateral em empréstimos ou refinanciamentos. Imóveis irregulares não podem ser utilizados para essa finalidade, o que limita sua utilidade e desvaloriza o bem no mercado. Em contrapartida, imóveis regulares são ativos financeiros versáteis, refletindo sua maior valorização.

Assim, embora seja possível encontrar imóveis irregulares sendo ofertados por valores próximos aos de imóveis regulares, a percepção de risco, as complicações jurídicas e a ausência de garantias tornam essa prática inviável na maioria dos casos. A segurança jurídica oferecida por imóveis regularizados justifica sua superioridade de valor, especialmente em um mercado onde a transparência e a legalidade são altamente valorizadas.

 

5. Perspectivas de Regularização e Valorização

 

A regularização de um imóvel irregular é uma estratégia que pode agregar valor ao bem e aumentar sua competitividade no mercado. O processo de regularização envolve a obtenção de escritura pública, a atualização da matrícula e a resolução de pendências legais. Uma vez regularizado, o imóvel passa a acompanhar a valorização da região, tornando-se um ativo com maior liquidez e segurança jurídica. Proprietários que investem na regularização conseguem aumentar o valor de mercado e atrair um público mais amplo.

Um exemplo disso é a regularização de terrenos sem escritura em áreas de expansão urbana. Ao legalizar a situação fundiária, o proprietário amplia as possibilidades de venda, podendo acessar o mercado formal e oferecer o bem como garantia em financiamentos. Esse processo é comum em loteamentos populares, onde a regularização permite que o imóvel seja financiado e vendido a um valor superior ao inicial. A valorização resulta do acesso a um público maior e mais qualificado.

A averbação de construções também é um fator de valorização. Imóveis que passaram por reformas ou ampliações sem regularização sofrem desvalorização devido à discrepância entre o registro e a realidade física. Por exemplo, uma casa que teve áreas adicionais construídas sem autorização será vendida a um valor inferior. Ao realizar a averbação e atualizar a matrícula, o proprietário legitima as melhorias e pode negociar o imóvel a um preço compatível com suas características reais.

Em áreas onde a irregularidade é comum, como comunidades ou regiões de baixa renda, programas de regularização fundiária promovidos pelo governo têm impacto significativo na valorização dos imóveis. Ao obter o título de propriedade, os moradores ganham segurança jurídica e podem comercializar seus bens legalmente. Um exemplo são programas de urbanização em favelas, que incluem a regularização dos terrenos e, com isso, aumentam o valor dos imóveis na região. A valorização é expressiva, beneficiando tanto os proprietários quanto o desenvolvimento local.

Por fim, a regularização fiscal é um elemento crucial para valorizar o imóvel. Imóveis com dívidas de IPTU ou taxas condominiais acumuladas são desvalorizados devido ao passivo financeiro que carregam. Ao quitar essas pendências e regularizar a situação fiscal, o proprietário aumenta a atratividade do bem no mercado e pode negociá-lo a um valor mais alto. Esse processo é especialmente importante em imóveis comerciais, onde a regularidade fiscal é um pré-requisito para transações e contratos.

Portanto, a regularização é uma estratégia eficaz para transformar um imóvel irregular em um ativo competitivo e valorizado. Proprietários que investem na legalização garantem maior segurança jurídica, acessam o mercado formal e ampliam as possibilidades de venda. Embora a regularização envolva custos, o retorno em termos de valorização compensa o investimento, tornando o imóvel mais atrativo e valioso no mercado imobiliário.

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Colunista

Luiz Carlos Da Silva Oliveira

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