O Valor Financiado do Imóvel Vem Corrigido?

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O Valor Financiado do Imóvel Vem Corrigido?

Entenda se há correção e o que considerar no prazo para o recebimento do valor pago pelo banco

 

1. O Processo de Liberação do Valor Financiado Pelo Banco

 

Quando um imóvel é vendido por meio de financiamento bancário, o banco libera o valor financiado diretamente ao vendedor após a conclusão de todas as etapas burocráticas, como análise de crédito, avaliação do imóvel e registro no cartório. Esse processo pode levar de 30 a 60 dias, dependendo da complexidade e do cumprimento dos prazos por parte das partes envolvidas. Por exemplo, se houver atrasos na entrega de documentos ou pendências na matrícula do imóvel, o pagamento pode ser adiado. Durante esse período, o comprador pode se questionar se o valor a ser recebido será corrigido devido à demora na liberação dos recursos.

 

2. Correção Monetária: Quando Ela é Aplicável?

 

A correção monetária do valor financiado não é uma regra geral. Ela pode ou não ser aplicada, dependendo das cláusulas contratuais estabelecidas entre as partes. Em muitos casos, o valor financiado permanece fixo até a liberação, sem acréscimos. Por exemplo, se o banco financiar R$ 200.000 e a liberação ocorrer após 60 dias, o valor a ser recebido pelo vendedor pode continuar sendo os mesmos R$ 200.000, sem correções. No entanto, em situações específicas, as partes podem acordar uma cláusula de correção para garantir que o vendedor não seja prejudicado pela demora.

 

3. Fatores Que Influenciam a Demora na Liberação do Pagamento

 

A demora para o recebimento do valor financiado ocorre principalmente por questões burocráticas e análise documental. A averbação do contrato no cartório, por exemplo, pode ser um processo demorado, pois depende de prazos legais e da agenda do cartório. Além disso, o banco precisa confirmar a regularidade do imóvel e do contrato antes de liberar os recursos. Por exemplo, se houver uma inconsistência na matrícula ou na documentação do comprador, o processo pode levar mais tempo. Durante esse período, o valor financiado não é automaticamente corrigido, a menos que o contrato tenha essa previsão.

 

4. Cláusulas Contratuais de Correção: O Que Considerar?

 

Se houver a expectativa de demora na liberação dos recursos, é possível incluir no contrato uma cláusula que garanta a correção monetária do valor a ser recebido pelo vendedor. Essa correção pode ser baseada em índices como o IPCA ou a Selic, que são comumente utilizados para ajustar valores ao longo do tempo. Por exemplo, se o contrato estipular que o valor será corrigido pelo IPCA, o vendedor terá uma compensação caso o pagamento demore mais que o esperado. No entanto, essas cláusulas devem ser negociadas previamente e registradas de forma clara para evitar disputas no futuro.

 

5. O Papel dos Bancos na Gestão do Valor Financiado

 

Os bancos geralmente não aplicam correções ao valor financiado durante o período entre a aprovação do crédito e a liberação dos recursos. Isso porque o contrato de financiamento define o valor de crédito em termos fixos no momento da assinatura. Por exemplo, se o financiamento aprovado é de R$ 250.000, esse é o valor que o banco se compromete a pagar ao vendedor, independentemente do prazo necessário para a liberação. Caso o vendedor exija correção, isso precisará ser acordado diretamente com o comprador, não sendo responsabilidade do banco garantir esse ajuste.

 

6. Implicações Jurídicas e Financeiras de Atrasos na Liberação

 

A demora na liberação do valor financiado pode gerar implicações financeiras para o vendedor, como perda de rentabilidade ou dificuldades para reinvestir o montante. Em alguns casos, o vendedor pode tentar compensar essas perdas solicitando uma cláusula de correção no contrato. Por exemplo, se o vendedor contava com o valor para quitar uma dívida e o pagamento foi atrasado, ele pode ter prejuízos financeiros. Nesses casos, a negociação prévia para incluir uma cláusula de correção no contrato é uma prática recomendada para proteger o vendedor de eventuais perdas.

 

7. Acordos Informais Entre Comprador e Vendedor: Cuidado com a Confiança

 

Em muitos negócios imobiliários, compradores e vendedores fazem acordos informais sobre a correção do valor financiado. No entanto, esses acordos podem se tornar fontes de conflito se não forem formalizados. Por exemplo, se o comprador prometer ao vendedor que o valor virá corrigido, mas isso não estiver previsto no contrato, o vendedor pode não ter base legal para exigir o ajuste. Para evitar problemas, é fundamental que todas as condições sejam documentadas e acordadas por escrito, garantindo segurança jurídica para ambas as partes envolvidas.

 

8. Como Antecipar Problemas com a Liberação de Recursos

 

Uma forma de evitar transtornos com a liberação do valor financiado é antecipar possíveis problemas e trabalhar com um cronograma realista. Vendedores experientes sabem que o processo pode ser demorado e, por isso, já se preparam para eventuais atrasos. Por exemplo, ao negociar a venda de um imóvel, o vendedor pode considerar uma margem de tempo maior e planejar suas finanças considerando possíveis atrasos. Outra estratégia é verificar com o cartório e o banco o prazo estimado para cada etapa, ajustando as expectativas e evitando surpresas desagradáveis.

 

9. Alternativas para Garantir o Valor Ajustado no Ato da Venda

 

Se o vendedor estiver preocupado com a perda de valor devido à demora, ele pode considerar alternativas para garantir o valor ajustado no ato da venda. Uma solução é negociar uma entrada maior, reduzindo a dependência do valor financiado. Por exemplo, em vez de financiar 80% do valor do imóvel, o vendedor pode solicitar 50% de entrada e financiar o restante, diminuindo o impacto de eventuais atrasos. Outra alternativa é acordar um cronograma de pagamento em que uma parte do valor seja liberada imediatamente, independentemente da liberação do banco, como uma garantia adicional.

 

10. Considerações Finais: Negocie e Formalize para Evitar Conflitos

 

A questão da correção do valor financiado é uma área sensível em negociações imobiliárias, e a chave para evitar problemas é a clareza e a formalização dos acordos. Se houver a expectativa de que o valor pode demorar a ser liberado, é essencial negociar cláusulas de correção e registrar essas condições no contrato. Tanto o comprador quanto o vendedor devem estar cientes de como funciona o processo de financiamento e o que esperar em termos de prazos e valores. Com planejamento, transparência e uma boa negociação, é possível garantir que ambas as partes estejam protegidas e satisfeitas com o acordo.

 

Este artigo oferece uma análise detalhada sobre se o valor financiado de um imóvel pode ser corrigido durante o período de liberação, abordando as implicações, os acordos possíveis e como lidar com a situação para evitar conflitos e perdas financeiras.

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Colunista

Luiz Carlos Da Silva Oliveira

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