Publicado em 21/12/2024
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Perspectivas para o Mercado Imobiliário com o aumento da taxa Selic
O mercado imobiliário brasileiro sempre teve uma relação estreita com a Taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação e estimular ou frear a economia. Com a recente elevação da Selic, atualmente em 12,25% ao ano, surgem desafios e oportunidades que devem moldar o comportamento do setor nos próximos meses.
O principal reflexo da alta da Selic no mercado imobiliário é o aumento das taxas de financiamento habitacional. As instituições financeiras utilizam a Selic como referência para calcular os juros aplicados nos empréstimos imobiliários. Assim, com a elevação da taxa, as parcelas dos financiamentos ficam mais caras, aumentando o custo total do imóvel para o consumidor.
Esse cenário afeta diretamente a capacidade de compra de muitas famílias. Pessoas que dependem de financiamento extensos podem ver seu orçamento comprometido, o que leva a uma redução no valor de transações imobiliárias. De acordo com dados de mercado, o aumento da Selic de 2% para mais de 12% entre 2021 e 2023 elevou as taxas de financiamento imobiliário de 7% para mais de 10% ao ano. Esse acréscimo, ainda que pareça pequeno, pode significar milhares de reais a mais no custo do imóvel.
Mudança no perfil dos compradores
Com os financiamentos mais caros, o perfil dos compradores tende a mudar. Investidores com maior poder aquisitivo ou que utilizam recursos próprios para aquisição ganham mais protagonismo. Enquanto isso, famílias de renda média ou baixa, que dependem fortemente de financiamentos bancários, podem adiar a compra ou buscar imóveis de menor valor.
Além disso, há um aumento na procura por opões alternativas, como o consórcio imobiliário, que não possuí juros, ou financiamentos com prazos mais curtos e entradas maiores. Programas governamentais, como o Casa Verde e Amarela, também ganham relevância, pois oferecem condições mais favoráveis para a população de baixa renda.
A alta da Selic também tem um efeito colateral: o aquecimento do mercado de locação. Com mais pessoas adiando a compra de imóveis, a procura por aluguel tende a crescer, beneficiando proprietários e investidores que optaram por adquirir imóveis para renda passiva.
Por outro lado, investidores imobiliários também começam a avaliar outras opões. Com a renda fixa oferecendo retornos mais atrativos devido a Selic alta, alguns podem preferir redirecionar seus recursos para aplicações financeiras, reduzindo o fluxo de novos investimentos no setor imobiliário.
Embora o aumento da Selic traga desafios imediatos, o mercado imobiliário continua sendo uma opção sólida para investidores de longo prazo. Imóveis bem localizados, em áreas com alto potencial de valorização ou demanda por aluguel, devem manter sua atratividade.
Além disso, a expectativa é que a Selic comece a cair assim que a inflação estiver controlada, o que deverá reaquecer o mercado. Para muitos compradores, o momento atual pode ser encarado como uma oportunidade de negociação, já que construtoras e proprietários estão mais abertos a conceder descontos e condições especiais.
O aumento da taxa Selic trouxe um cenário desafiador para o mercado imobiliário, mas também abriu novas possibilidades. Tanto compradores quanto investidores precisam adotar estratégias inteligentes para navegar nesse momento. Com planejamento e visão de longo prazo, é possível aproveitar as oportunidades que o setor ainda oferece.
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