Publicado em 28/03/2023
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O mercado imobiliário brasileiro está passando por um período de ajustes e moderação em 2023, devido às condições gerais da economia. O acesso ao crédito imobiliário pode ser limitado e os preços dos imóveis devem permanecer estáveis. No entanto, o mercado imobiliário também terá estímulos com a retomada do Programa Minha Casa Minha Vida e a revisão de Planos Diretores.
De acordo com o SindusCon-SP, o Produto Interno Bruto (PIB) da Construção deve crescer 2,4% em 2023. Essa taxa de crescimento é menor do que a registrada nos últimos anos, que ficou bem acima das 5%, mas a perspectiva é positiva, já que o setor continua a crescer. O ciclo em 2023 pode ser impulsionado pelos investimentos em habitação popular, liderados pelo retorno do Programa Minha Casa Minha Vida.
O Governo Federal apresentou a reestruturação do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida em fevereiro, que terá 50% das unidades destinadas a famílias com renda de até R$ 2.640. O programa agora incluirá pessoas em situação de rua na lista de possíveis beneficiários e ampliará o número de unidades e repasses para a locação social. A medida provisória também pretende aumentar o teto do financiamento para perto de R$ 170 mil, na tentativa de destravar obras paradas.
No entanto, para entender melhor o mercado imobiliário brasileiro em 2023, é preciso analisar outras tendências. Uma delas é a tendência de preços dos imóveis à venda. Com a demanda sob controle e a oferta de imóveis relativamente alta, é improvável que haja uma mudança significativa nos preços dos imóveis em 2023. No entanto, a localização e a qualidade do imóvel ainda serão fatores determinantes para o preço.
Outra tendência a ser analisada é a revisão de Planos Diretores. O Plano Diretor é um instrumento de planejamento urbano que tem como objetivo orientar o desenvolvimento das cidades. A revisão do Plano Diretor pode levar a uma mudança nas políticas de uso do solo e na valorização de determinadas áreas da cidade. Por exemplo, a valorização da área central de uma cidade pode aumentar a demanda por imóveis nessa região e, consequentemente, influenciar os preços.
A taxa de juros, inflação e crédito imobiliário em 2023 também serão fatores determinantes para o mercado imobiliário. Com a taxa de juros em níveis bastante elevados, o acesso ao crédito imobiliário pode ser limitado. No entanto, a inflação controlada pode ajudar a manter as taxas de juros relativamente baixas, o que pode estimular o mercado imobiliário.
Outra tendência a ser considerada é a inadimplência e o endividamento das famílias. Com a alta dos preços dos imóveis acima da inflação e o recorde no endividamento das famílias, é possível que haja uma diminuição na demanda por imóveis em 2023. Além disso, a inadimplência pode aumentar, o que pode levar a
Inadimplência e endividamento das famílias A inadimplência e o endividamento das famílias afetam diretamente o mercado imobiliário. Com a alta taxa de juros e o aumento dos preços dos imóveis, muitas famílias podem ter dificuldades para pagar suas dívidas e acabar ficando inadimplentes.
Isso pode levar a uma queda na demanda por imóveis e afetar o mercado imobiliário de forma negativa. No entanto, há uma tendência de queda na inadimplência e no endividamento das famílias nos últimos meses.
Segundo dados do Banco Central, a taxa de inadimplência no crédito imobiliário caiu de 1,6% em agosto de 2022 para 1,5% em setembro de 2022. Ainda que a taxa de inadimplência esteja em um patamar elevado, essa queda mostra que a situação pode estar melhorando.
Além disso, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a taxa de endividamento das famílias caiu em dezembro de 2022, para 69,2%, após alcançar o recorde histórico de 71,3% em novembro.
Essa queda pode ser explicada pela desaceleração no consumo das famílias e pela cautela dos consumidores na hora de contrair novas dívidas. No entanto, é importante notar que a taxa de endividamento ainda está em um patamar elevado e pode afetar a capacidade das famílias de acessar o crédito imobiliário em 2023.
Conclusão O mercado imobiliário em 2023 deve passar por um período de ajustes e moderação, com a retomada do Programa Minha Casa Minha Vida e a revisão de Planos Diretores como possíveis estímulos. A perspectiva de crescimento da indústria da construção civil é positiva, apesar da queda nas expectativas devido à incerteza provocada pelo período de transição política, à elevada taxa de juros e à desaceleração no consumo das famílias.
A queda na inadimplência e no endividamento das famílias nos últimos meses é um fator positivo, mas ainda é preciso ter cautela quanto à capacidade das famílias de acessar o crédito imobiliário e sustentar os preços dos imóveis.
Em resumo, o mercado imobiliário em 2023 deve ser um mercado de ajustes e moderação, mas ainda com perspectivas positivas de crescimento e estímulos governamentais. E quem sabe, com um pouco de sorte, você não encontra a casa dos seus sonhos com um preço acessível em algum lugar por aí.
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